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Sindicato denuncia demissões e alerta para crise no setor metalúrgico no Ceará

A questão foi levada ao Fórum das 9 CUT’s, que se reuniu nesta quinta-feira (13) em Recife, onde o tema foi discutido entre as centrais sindicais do Nordeste.

Publicado: 13 Fevereiro, 2025 - 14h18

Escrito por: Fernanda Matos | Editado por: CUT Bahia

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O Sindicato dos Metalúrgicos do Ceará (Sindmetal-CE) emitiu uma nota pública denunciando uma onda de demissões na empresa Aeris, instalada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Nos últimos dois anos, a empresa já desligou cerca de 5 mil trabalhadores, sendo que apenas no primeiro semestre de 2024 foram realizadas 1.947 demissões. Além disso, na última semana, mais 700 trabalhadores foram dispensados, com a promessa de que suas verbas rescisórias serão parceladas.

Diante desse cenário preocupante, o Sindmetal-CE cobrou um posicionamento urgente dos governos Federal e Estadual, bem como dos parlamentares cearenses. O sindicato alerta que essas demissões afetam não apenas os trabalhadores, mas toda a economia do estado, visto que a Aeris é uma das principais fabricantes de pás eólicas no país.

Outro ponto levantado pela entidade sindical é a chegada de uma empresa chinesa do mesmo setor ao Brasil, o que estaria impactando a produção da Aeris no Ceará devido à concorrência de preços. Segundo o sindicato, a nova empresa teria se instalado na Bahia, conseguindo oferecer pás eólicas a valores diferenciados, o que pode ter contribuído para o enxugamento das operações da Aeris.

A Central Única dos Trabalhadores da Bahia (CUT-BA), por meio da Secretaria de Trabalho, manifestou apoio à luta contra as demissões e se colocou ao lado do Sindmetal-CE na defesa dos direitos dos trabalhadores. A CUT-BA reforçou a necessidade de articulação nacional para enfrentar a precarização do setor e alertou para a urgência de medidas governamentais que protejam os empregos e fortaleçam a indústria nacional.

A questão foi levada ao Fórum das 9 CUT’s, que se reuniu nesta quinta-feira (13) em Recife, onde o tema foi discutido entre as centrais sindicais do Nordeste. Como resultado, o Fórum garantiu apoio na discussão da causa com a CUT Nacional e o Governo Federal, ampliando a mobilização para buscar soluções concretas para os trabalhadores afetados.

O sindicato destaca que as autoridades governamentais devem se atentar a essa movimentação no mercado, já que a concorrência internacional pode levar a uma redução drástica dos empregos no setor metalúrgico local. Além disso, a entidade defende que a questão não deve se restringir a incentivos fiscais, mas sim a um debate mais amplo sobre a proteção dos trabalhadores afetados.

Para apoiar os profissionais impactados pelas demissões, o Sindmetal-CE está oferecendo assistência jurídica e acompanhando de perto o cumprimento dos direitos trabalhistas. A entidade também informou que já acionou o Ministério Público do Trabalho para fiscalizar a situação e garantir que os trabalhadores recebam suas rescisões corretamente.

O Sindmetal-CE e a CUT Bahia reforçam a necessidade de mobilização dos trabalhadores e cobram medidas concretas para evitar mais prejuízos ao setor e à economia do Ceará.