Presidente da CUT-BA denuncia novo golpe contra o povo em plena crise do coronavírus
Para Leninha, a classe trabalhadora está sob ataque num momento bastante vulnerável, de crise econômica e do coronavírus
Publicado: 21 Março, 2020 - 21h10 | Última modificação: 21 Março, 2020 - 21h45
Escrito por: SECOM BAHIA
DILVULGAÇÃO

A prefeitura de Salvador interditou o acesso às praias para combater o coronavírus
Enquanto a sociedade está atordoada com a gravidade e o avanço da pandemia do coronavírus, e em plena crise econômica, o governo Bolsonaro e o Congresso Nacional se juntam em novo ataque à classe trabalhadora, colocando em andamento a chamada Carteira Verde e Amarela, um instrumento que cria empregos precários e que só vai piorar o quadro econômico que o Brasil enfrenta. A denúncia foi feita pela presidente das CUT Bahia, Maria Madalena Firmo, a Leninha, em entrevista no Programa do Trabalhador, da Rádio Metrópole, no último sábado (21).
A Carteira Verde e Amarela acaba de ser aprovada numa comissão mista do Congresso e prevê vários benefícios ao patronato, em troca de empregos precários e por tempo determinado. Segundo Leninha, o momento exige que governo e o Congresso Nacional se juntem para proteger a classe trabalhadora, e não cortar mais direitos, porque sem isso a tendência é o país sofrer o aprofundamento da crise econômica, que já é bastante grave, com o país beirando a recessão.
Se não tem cliente na rua, não tem o dinheiro para levar o pão de cada dia
Leninha também cobrou das autoridades que proíbam o trabalho que aglomera muitas pessoas num mesmo local, citando o caso dos call center. Segundo ela, em Salvador tem um deles com centena de trabalhadores (as) que ficam expostos ao vírus, quando o correto seria manter uma equipe mínima, e que situações semelhantes afetam várias categorais. Também pediu atenção especial a quem está na informalidade e que, com a restrição de circulação nas cidades, está com sérias dificuldades de sobrevivência. “Se não tem cliente na rua, não tem o dinheiro para levar o pão de cada dia”, comentou.
A postura vingativa do presidente Bolsonaro também foi citada por ela, indicando que o governo federal só incluiu no Programa Bolsa Família 2% de novos benefícios do Norte/Nordeste, regiões onde não teve boa votação nas últimas eleições, enquanto destinou 97% para o Sul/Sudeste. “O objetivo do programa é atender justamente a população mais carente, das regiões mais vulneráveis, e isso o governo não está respeitando”.
Ela criticou outras ações de governo que agravam a situação da classe trabalhadora, como o avanço da reforma da previdência tocada pelo prefeito ACM Neto na Câmara Municipal, num momento que não tem como promover o debate. “É um desrespeito aos servidores, que estão em casa, proibidos de ir pra rua para conter a propagação do vírus, e que acabam sofrendo esse golpe”, afirmou Leninha.
Apesar da grave crise que toma conta do país, Leninha afirma que a luta da CUT Bahia não para e que está na agenda da central a criação de seis regionais, em diferentes regiões da Bahia. Segundo ela, isso é o que permitirá atender a classe trabalhadora num estado de dimensão continental como a Bahia, com todas as suas particularidades e, ao mesmo tempo, com necessidade de unificar uma pauta para a defesa dos interesses da classe trabalhadora.