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O JULHO DAS PRETAS E O MOVIMENTO SINDICAL.

O QUE VOCÊ TEM A VER COM ISSO? VEM CÁ, VOU TE CONTAR!

Publicado: 30 Julho, 2024 - 23h46 | Última modificação: 31 Julho, 2024 - 01h08

Escrito por: Ana Carla e Gilene Pinheiro | Editado por: CUT-BA

Maicon Borges
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Foto Gilene pinheiro e Ana Carla

O "Julho das Pretas" nasceu como uma iniciativa para celebrar, reconhecer e valorizar as lutas e conquistas das mulheres negras, além de promover a reflexão e o debate sobre questões raciais e de gênero no Brasil fortalecendo a luta por direitos e igualdade.
Celebrar, enaltecer por muito tempo e ainda na atualidade são palavras pouco associadas ao trabalho, visibilidade e representatividade das mulheres negras na nossa sociedade. No mundo do trabalho, esse cenário de ausências é bem observada através da estrutura piramidal que evidencia a posição desvantajosa para nós, mulheres negras. Na base da pirâmide, ocupamos a maioria dos empregos subalternos e de menor remuneração. À medida que se sobe na pirâmide hierárquica, a presença de mulheres negras diminui drasticamente. Essa realidade é um reflexo das barreiras sistêmicas e da falta de oportunidades de ascensão profissional. Na base da pirâmide, encontramos as ocupações menos qualificadas e mais mal remuneradas. As mulheres negras são maioria nos serviços de limpeza, trabalho doméstico e outras funções de suporte, que não oferecem estabilidade nem benefícios adequados. A informalidade e a ausência de direitos trabalhistas são características comuns dessas posições.
O cenário que por hora apresentei, destaca a importância dos movimentos sindicais que vem desempenhado um papel crucial na promoção da igualdade racial e de gênero como omo vozes poderosas na luta contra o racismo e o sexismo.Desde suas origens, tem sido um pilar na defesa dos direitos dos trabalhadores, lutando por melhores condições de trabalho, salários justos e proteção social. Nos últimos anos, a inclusão da pauta racial ganhou destaque, refletindo uma compreensão mais ampla das desigualdades que permeiam o ambiente de trabalho. Uma das principais contribuições dos sindicatos na luta racial é a promoção da conscientização sobre o racismo e suas implicações no ambiente de trabalho. Por meio de programas educacionais, workshops e campanhas, os sindicatos ajudam a desmistificar preconceitos e a educar tanto trabalhadores quanto empregadores sobre a importância da diversidade e da inclusão. Neste passo, os sindicatos têm defendido e implementado ações afirmativas dentro de suas próprias estruturas e nas negociações com empregadores. A inclusão de cláusulas que promovem a contratação e a promoção de trabalhadores negros é uma conquista significativa, embora ainda haja muito a ser feito para garantir a efetiva aplicação dessas políticas. Outro passo de destaque é a representatividade através de seus representantes sindicais para a inclusão da pauta racial. Líderes sindicais negros desempenham um papel vital na articulação das demandas raciais e na luta por direitos específicos dos trabalhadores negros. A presença desses líderes fortalece a legitimidade do movimento sindical na promoção da igualdade racial.
Paralelo a este processo de lutas, faz-se necessário observar avanços e celebrarmos cada passo.. Nos últimos anos, tem-se observado um aumento significativo no acesso das mulheres negras à educação superior. Programas de ações afirmativas, como as cotas raciais em universidades públicas, têm sido fundamentais para essa mudança. Dados do IBGE mostram que a matrícula de mulheres negras em cursos de graduação cresceu consideravelmente, proporcionando-lhes mais oportunidades de qualificação e acesso a empregos mais bem remunerados.
O avanço das mulheres negras em posições de destaque no mundo do trabalho é um processo complexo que exige esforços contínuos e integrados. Embora os desafios sejam muitos, as conquistas obtidas até agora demonstram a capacidade dessas mulheres de superar adversidades e se destacar em diversas áreas profissionais. Promover a igualdade de gênero e raça no ambiente de trabalho é fundamental não apenas para a justiça social, mas também para o desenvolvimento econômico e a inovação. A construção de um mercado de trabalho mais inclusivo e equitativo depende do compromisso de toda a sociedade em reconhecer e valorizar a diversidade como um ativo essencial para o progresso coletivo. Lutamos por Políticas afirmativas! A promoção de inclusão e igualdade no mundo do trabalho é para ontem! Para continuar dando passos para avanços, é essencial que tanto o setor público quanto o privado implementem políticas que promovam a inclusão e a igualdade:
1. Políticas de Ação Afirmativa: As ações afirmativas, como cotas raciais em universidades e programas de trainee, são fundamentais para corrigir desigualdades históricas e proporcionar oportunidades reais de ascensão social e profissional para as mulheres negras.
2. Programas de Diversidade e Inclusão: As empresas devem investir em programas de diversidade e inclusão que vão além do discurso e se traduzem em práticas concretas. Isso inclui treinamento sobre preconceitos inconscientes, criação de ambientes de trabalho acolhedores e políticas de recrutamento que valorizem a diversidade.
3. Monitoramento e Transparência: A implementação de sistemas de monitoramento para garantir a transparência em relação às políticas de contratação, promoção e remuneração é crucial. As empresas devem se comprometer com a transparência e a prestação de contas em relação às suas práticas de diversidade.

Seguiremos em unidade erguendo a voz para assegurar direitos da classe trabalhadora.

UM MUNDO DO TRABALHO COM JUSTIÇA RACIAL É POSSIVEL!
CONTE CONOSCO!


Ana Carla Fagundes de Carvalho
Secretária de Combate ao Racismo – CUT BA

Gilene Pinheiro
Secretária de Relações do Trabalho - CUT BA