Nota de repúdio da CUT-BA à aprovação da MP 1031/21 no Senado Federal
Ao votar a favor da privatização da Eletrobrás, o Senador Ângelo Coronel traiu a confiança da classe trabalhadora baiana que lhe conferiu o voto e que será a mais prejudicada com o aumento do custo da energia e
Publicado: 21 Junho, 2021 - 08h17
Escrito por: CUT Bahia

O Senado aprovou a MP 1031/21 que promove a privatização do Sistema Eletrobras. Foram 42 votos a favor e 37 contra. Esse crime de lesa-pátria trará graves consequências para o país, a começar pelo aumento na conta de luz da população, fora as questões do desenvolvimento econômico e social nas regiões Norte e Nordeste que serão prejudicadas em nome do lucro a ser enviado às sedes dos seus futuros controladores.
O senador Ângelo Coronel (PSD-BA) participou da aprovação deste ataque à soberania energética da população baiana e brasileira, distoando da posição de Jacques Wagner (PT-BA) e Otto Alencar (PSD-BA) que votaram contra a privatização da Eletrobras.
Ao votar a favor da privatização da Eletrobras, o Senador Ângelo Coronel traiu a confiança da classe trabalhadora baiana que lhe conferiu o voto e que será a mais prejudicada com o aumento do custo da energia elétrica.
Vender a Eletrobras é abrir mão das nossas bacias hidrográficas, do controle da nossa água, como a do Rio São Francisco. Também coloca em risco o meio ambiente e as trabalhadoras e trabalhadores que dependem da preservação dos biomas para tirar seu sustento, como ribeirinhos, indígenas e quilombolas.
Vender as usinas já pagas pelo povo brasileiro ao longo de décadas e gerando energia a preço justo é injustificável. Cada senador e senadora que votou a favor da MP 1031, inclusive Ângelo Coronel terá eternamente que responder por uma ação tão danosa ao país.
Nesta votação Bolsonaro/Paulo Guedes fizeram todo tipo de lobby, promessas e concessões aos senadores. Não foi pra participar destas negociatas escusas que a classe trabalhadora baiana votou em Ângelo Coronel para o Senado brasileiro.
A CUT-BA apoia a luta incansável dos trabalhadores e trabalhadoras que compõem o Conselho Nacional de Energia e dos sindicatos do Ramo Urbanitário da CUT, como o Sinergia e o Sindae. Ainda há uma batalha no campo jurídico a ser travada, buscando junto ao STF inconstitucionalidade da Medida Provisória, pois o Sistema Eletrobras é do Povo brasileiro.
Como o texto foi alterado no Senado, a MP volta para a Câmara dos Deputados. Precisamos intensificar a pressão no Congresso Nacional para impedir aprovação desta Medida que representa menos investimentos no setor energético e riscos de apagões para o Nordeste brasileiro.
A CUT-BA não deixará o povo baiano esquecer a tradição de Ângelo Coronel nem dos outros nove senadores nordestinos que atuaram pela aprovação da privatização do setor elétrico estatal. Por meio do Fórum das CUTs do Nordeste, denunciaremos à população todos aqueles e aquelas que participaram deste crime de lesa-pátria e contra a classe trabalhadora.
Salvador/BA, 19 de junho de 2021.
Maria Madalena de Oliveira Firmo (Leninha)
Presidenta da CUT-BA