NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS
União contra o golpismo e pela democracia
Publicado: 22 Novembro, 2024 - 13h30 | Última modificação: 22 Novembro, 2024 - 13h57
Escrito por: CENTRAIS SINDICAIS | Editado por: CUT BA
Com espanto e indignação, acompanhamos as revelações da Polícia Federal sobre uma trama golpista que visava, de forma brutal e antidemocrática, assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Mesmo vindo de um grupo político com notória inclinação golpista, autoritária e avessa à democracia, o grau de violência e desumanidade causa espanto. Esse caso vai além de uma conspiração política — já por si só gravíssima —, aproximando-se de práticas típicas do crime organizado e do terrorismo.
A situação se torna ainda mais alarmante ao considermos que essas mesmas forças ocuparam o governo federal entre 2019 e 2023, durante a presidência de jair Bolsonaro.
Grave também constatar que essa cultura da barbárie, do desrespeito às normas de convívio social, à Constituição e até da vida contaminou parte da população que se dispõe a atuar como agentes dos golpistas como se viu nos acampamentos pós eleição, queima de ônibus em 12/12/2022, no ataque e depredação aos poderes em 08/01/23 e no ato terrorista contra o STF no dia 13/11/2024, em Brasília.
Esses acontecimentos trazem à memória o golpe de 1964, que deu início a um regime de terror marcado por perseguições, repressão, tortura, assassinatos, arrocho salarial e aumento da dívida externa. Não podemos permitir que retrocessos desse tipo se repitam.
É urgente fortalecer as instituições democráticas, como o STF, os órgãos de Justiça e as regras eleitorais. Mais do que isso, é necessário, investi em um projeto nacional de desenvolvimento que promova a inclusão social, geração de empregos de qualidade e com direitos, engajando cada vez mais a população em um permanente aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito.
É preciso dar celeridade as investigações para conhecer a extensão do plano de golpe e saber quem são todos os envolvidos. É preciso punir de forma exemplar para liquidar a escalada autoritária daqueles que não aceitaram perder as eleições.
Sem anistia aos golpistas!
A democracia, reconquistada a duras penas em 1985, e a Constituição de 1988 devem ser cultivadas a cada dia.
Democracia, democracia, democracia!
São Paulo, 21 de novembro de 2024
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Antonio Neto, Presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor
Nilza Pereira, Secretária geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
Leninha Valente, Central Única dos Trabalhadores Bahia (CUT-Bahia)