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Na Bahia 417 municípios podem ser afetados com a privatização dos Correios

Com 173 votos contrários e 286 a favor do texto-base para privatização dos Correios, a luta para barrar o projeto será no Senado.

Publicado: 06 Agosto, 2021 - 15h11 | Última modificação: 06 Agosto, 2021 - 15h21

Escrito por: SECOM BAHIA

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CORREIOS - LUCRO DE R$ 1,56 BI EM 2020

Mais uma empresa pública sendo desmontada no país. Dessa vez, os Correios, que ao longo dos seus mais de 358 anos de serviço postal prestado à população brasileira, teve sua primeira derrota (5/08) na Câmara dos Deputados. Após aprovação do texto-base do projeto (PL 591/2021) que prevê a privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), os deputados farão analise dos destaques apresentado em plenário e posteriormente será encaminhado ao Senado. O projeto foi encaminhado à Câmara em fevereiro/21, pelo governo federal, e teve como relator o deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA).

Na Bahia, os parlamentares que votaram a favor da privatização foram, Abílio Santana (PL), Adolfo Viana (PSDB), Alex Santana (PDT), Arthur Maia (DEM), Cacá Leão (PP), Cláudio Cajado (PP), Elmar Nascimento (DEM), Igor Kannário (DEM), João C. Bacelar (PL), José Nunes (PSD), José Rocha (PL), Márcio Marinho (Republicanos), Mário Negromonte Jr. (PP), Paulo Azi (DEM), Paulo Magalhães (PSD), Professora Dayane (PSL), Raimundo Costa (PL), Ronaldo Carletto (PP), Tia Eron (Republicanos), Tito (Avante) e Uldurico Junior (PROS) .

Já os parlamentares que sairam em defesa da empresa foram: Afonso Florence (PT), Alice Portugal (PCdoB), Bacelar (Podemos), Charles Fernandes (PSD), Daniel Almeida (PCdoB), Félix Mendonça Jr. (PDT), Jorge Solla (PT), Joseildo Ramos (PT), Lídice da Mata (PSB), Marcelo Nilo (PSB), Otto Alencar Filho (PSD), Pastor Isidório (Avante), Valmir Assunção (PT), Waldenor Pereira (PT) e Zé Neto (PT).

Os trabalhadores e trabalhadoras em Correios têm passado por duros ataques do governo federal nos últimos anos. Em recente processo de negociação salarial, mais de 70 cláusulas foram retiradas do acordo coletivo da categoria, ocasionando um retrocesso em conquistas históricas.

A empresa, que em tempo de pandemia da COVID-19, tem desempenhado papel estratégico na distribuição dos respiradores, vacinas, dentre outros produtos, possibilita que a população residente em locais distantes dos centros urbanos, tenha acesso ao serviço. Os argumentos dos parlamentares que votaram pela aprovação do PL se resume no critério de “ineficiência”, o que não é verdade. A ECT teve lucro liquido de R$ 1,53 bilhão em 2020, maior lucro dos últimos 10 anos.

“É hora de manter a palavra de ordem: resistência. Conhecemos a nossa história e desafios para garantir o serviço de postais no país. Vamos nos manter unidos para derrotar esse projeto no Senado. Será fundamental a participação da sociedade nessa batalha”, conclui Shirlene Souza, Secretaria de Organização Política e Sindical – CUT-BA.

“É lamentável que parlamentares que sabendo da situação econômica, social e financeira da maioria da população na Bahia, tenha feito uma verdadeira ‘entrega’ do que temos de mais importante que é o serviço dos Correios funcionando há mais de três séculos no país”, afirma Leninha, Presidente da CUT-BA.

A direção da CUT-BA repudia a votação dos parlamentares baianos que votaram pela privatização dos Correios e sabendo que vai afetar o povo pobre do país. Afinal, a privatização da empresa vai encarecer os serviços de cartas e encomendas e deixará de atender os 417 municípios no estado.
A categoria deve permanecer em luta e não está descartada uma greve contra mais um golpe na soberania do país.