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Mulheres de Araci: Histórias de luta e conquistas sociais

Grupo de mulheres que atuam na transformação social e no fortalecimento da comunidade araciense.

Publicado: 10 Março, 2025 - 10h42

Escrito por: Carlos Augusto | Editado por: CUT Bahia

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No Dia Internacional da Mulher, a história de lideranças femininas que impactaram a região sisaleira da Bahia ganha destaque. Com trajetórias marcadas pela atuação em movimentos sociais, educacionais e religiosos, um grupo de mulheres consolidou um legado de engajamento comunitário e lutas por direitos.

Engajamento Comunitário e Mobilização Social

Desde a juventude, as integrantes do grupo estiveram envolvidas em atividades voluntárias na cidade de Araci. Motivadas pela vivência na Igreja Católica e influenciadas pela Doutrina Social da Igreja, passaram a integrar movimentos sociais populares, defendendo cidadania, justiça social e direitos fundamentais.

A atuação incluiu participação em rádios comunitárias, grupos de agricultores, movimentos de juventude e de mulheres, além da colaboração em conselhos municipais de educação e merenda escolar. Essa mobilização gerou impactos significativos na implementação de políticas locais.

Educação e Acesso ao Ensino Superior

Uma das conquistas relevantes foi a ampliação do acesso ao ensino superior para a juventude rural de Araci. Por meio do Coletivo Regional Juventude Participação Social (CRJPS), trouxeram um curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), antes realizado em cidades distantes. A iniciativa envolveu a mediação de políticos locais e garantiu que mais jovens tivessem oportunidades de ingresso em universidades.

Além disso, fomentaram a instalação de uma faculdade a distância no município e conquistaram o direito ao transporte universitário, assegurando que estudantes pudessem frequentar instituições em outras cidades.

Combate ao Racismo e Protagonismo Juvenil

As ações também abrangeram a promoção da igualdade racial e do protagonismo juvenil. O projeto Consciência Negra (Beleza Negra) foi criado para combater o racismo e valorizar a cultura afro-brasileira. Paralelamente, estudos sobre comunidades quilombolas foram realizados em parceria com pesquisadores.

Os coletivos de juventude também proporcionaram intercâmbios em diversos estados brasileiros, possibilitando a troca de experiências e a ampliação das perspectivas profissionais dos jovens participantes.

Direitos Humanos e Mobilização Popular

A luta pelos direitos humanos esteve presente na criação da Semana de Cidadania, realizada anualmente em setembro, culminando com o evento “Grito dos Excluídos”. Além disso, o grupo atuou na defesa da educação para jovens e adultos, promovendo formação para trabalhadores rurais e empreendedores.

A mobilização também se estendeu à área da saúde mental, com a implementação da Semana de Saúde Mental e Psicologia em escolas, associações e programas de rádio.

Atuação Política e Defesa dos Direitos das Mulheres

Com forte envolvimento na luta pelos direitos das mulheres, o grupo teve participação ativa em sindicatos, associações e na Câmara Municipal. A criação do Movimento das Mães Que Oram Pelos Filhos ampliou o apoio a famílias da região, agregando cidades vizinhas em um trabalho coletivo de fortalecimento comunitário.

A trajetória dessas mulheres reflete a importância da organização social e do engajamento em prol da transformação social, consolidando um legado de luta pela democracia e pelos direitos fundamentais.

 

Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia