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MORREU JORGE PORTUGAL (1956-2020)

“A dor da gente é dor de menino acanhado”

Publicado: 04 Agosto, 2020 - 19h20 | Última modificação: 04 Agosto, 2020 - 19h27

Escrito por: CUT BAHIA

DILVULGAÇÃO
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Jorge Portugal, presente!

A direção da Central Única dos Trabalhadores da Bahia (CUT/BA), reunida em Plenária, com seus Sindicatos de Base e Movimentos Populares, no dia 3 de agosto de 2020, para tratar do dia 7 de agosto, dia de LUTO E LUTA, recebeu consternada a notícia da morte do professore JORGE PORTUGAL.

A morte de JORGE PORTUGAL, por insuficiência cardíaca, ocorre em meio a uma pandemia onde somam-se mais de 94 mil mortes decorrentes da COVID-19 e, de uma política genocida, do Governo de Jair Bolsonaro.

JORGE PORTUGAL nasceu em Santo Amaro, no dia 5 de agosto de 1956. Um professor culto, generoso, sábio, escritor, compositor, poeta, foi Secretário de Cultura no Estado da Bahia entre 2015 e 2017 e, morreu em Salvador, dois dias antes de completar 64 anos.

JORGE PORTUGAL formou-se professor no Curso de Letras da UFBA. De uma raríssima cultura, contribuiu não somente para formar gerações, mas, para construir e deixar um legado humano, social, político, cultural magnifico para a Bahia, o Brasil, para a  Humanidade.

Uma de suas últimas mensagens, gravada em 24 de maio de 2020, a respeito da pandemia e o recolhimento social necessário, nos deixa uma lição que não esqueceremos:

 

"Para aqueles que nunca entenderam profundamente o que é cultura, está podendo vivenciar agora. A cultura do abraço, do carinho, do afeto, do estar próximo, isso está cancelado por um bom tempo. Eu só espero que, depois de toda essa experiência, a humanidade tire a essência dessa lição e seja bem melhor ".
- Jorge Portugal

Fica conosco, também, para fortalecer nossa luta contra regimes totalitários, regimes militares, governos genocidas, que “amassam” os trabalhadores e trabalhadoras, e não se importam com desemprego e a morte, a letra de sua autoria em parceria com Raimundo Sodré:

A dor da gente é dor de menino acanhado
Menino-bezerro pisado no curral do mundo a penar
Que salta aos olhos igual a um gemido calado
A sombra do mal-assombrado é a dor de nem poder chorar

A dor da gente é dor de menino acanhado
Menino-bezerro pisado no curral do mundo a penar
Que salta aos olhos igual a um gemido calado
A sombra do mal-assombrado é a dor de nem poder chorar

Moinho de homens que nem girimuns amassados
Mansos meninos domados, massa de medos iguais
Amassando a massa a mão que amassa a comida
Esculpe, modela e castiga a massa dos homens normais

Quando eu lembro da massa da mandioca mãe
Da massa
Quando eu lembro da massa da mandioca mãe
Da massa
Quando eu lembro da massa da mandioca mãe
Da massa
Quando eu lembro da massa da mandioca mãe
Da massa

JORGE PORTUGAL PRESENTE!

FORA GOVERNO BOLSONARO!