Juros altos pesam no prato do povo e aprofundam a desigualdade social
Publicado: 08 Maio, 2025 - 22h21
Escrito por: Fernanda Matos | Editado por: CUT Bahia

O novo aumento da taxa Selic, definida pelo Banco Central e agora em 14,75% ao ano, traz consequências duras para o dia a dia das famílias brasileiras — especialmente para quem vive com apenas um salário mínimo. A decisão, tomada mais uma vez sob o argumento de “controlar a inflação”, na prática significa mais dificuldade para comprar comida, manter a casa e se locomover para trabalhar.
Na vida real, a Selic alta pesa no carrinho de compras. Isso porque os juros mais altos encarecem o crédito, o que afeta desde o transporte dos produtos até o financiamento da produção. O resultado chega direto às prateleiras dos mercados: alimentos mais caros, produtos de higiene mais difíceis de comprar e serviços essenciais ficando fora do alcance de quem vive com renda apertada.
A inflação oficial acumulada em 12 meses está em 5,49%, acima do teto da meta. E o que mais pressiona o bolso do trabalhador são justamente os produtos básicos. O arroz, o feijão, a carne, o leite, o sabão em pó, o papel higiênico e o gás de cozinha continuam subindo, mesmo com a Selic nas alturas. Além disso, o custo do transporte também é afetado, já que o aumento do crédito impacta diretamente os combustíveis, o preço das passagens e a manutenção dos veículos.
Para quem vive com um salário mínimo, não há espaço para mais sacrifício. O aumento dos juros não significa corte na inflação do supermercado ou na conta de luz. Significa sim, menos comida no prato, mais dificuldade para pagar o aluguel e menos acesso a itens de higiene, educação e transporte.
A presidenta da CUT Bahia, Leninha Valente, alerta para os riscos sociais dessa política:
“Essa política de juros altos serve apenas ao sistema financeiro e ignora a realidade do povo. O Banco Central está penalizando os mais pobres enquanto protege os lucros dos bancos. A CUT Bahia defende uma política econômica que olhe para a classe trabalhadora, com emprego, salário digno e acesso à comida, saúde, transporte e moradia. É inaceitável que o povo pague essa conta.”
Enquanto os bancos aumentam seus lucros, o povo tem que escolher entre comprar carne ou pagar o transporte. Juros altos não combatem as causas reais da inflação, mas aprofundam a desigualdade e a pobreza. É urgente rever esse modelo. A CUT defende uma política econômica voltada para o povo: com geração de empregos, valorização do salário mínimo, redução da desigualdade e acesso aos direitos básicos.
Porque justiça social se constrói com renda, trabalho digno e comida no prato — não com juros abusivos.