Dia Mundial do Meio Ambiente é dia de alerta, não de celebração

Neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a CUT Bahia reforça que não há o que comemorar. A data é um chamado urgente à reflexão e à ação diante da escalada das emergências climáticas e da destruição ambiental promovida por um modelo de desenvolvimento predatório, excludente e racista.

Os impactos da crise climática não são distribuídos de forma igual. Comunidades periféricas, quilombolas, ribeirinhas e indígenas são historicamente as mais afetadas pela ausência de políticas públicas ambientais e sociais. Este é o retrato do racismo ambiental: quando a desigualdade social e racial define quem mais sofre com a seca, as enchentes, a contaminação da água e a perda da biodiversidade.

A seca hídrica avança no interior do estado, afetando a agricultura familiar e dificultando o acesso à água potável. O tráfico de animais silvestres segue devastando a biodiversidade brasileira, enfraquecendo ecossistemas inteiros. Enquanto isso, políticas públicas eficazes continuam escassas, e os interesses econômicos seguem se sobrepondo ao direito coletivo à vida e ao meio ambiente saudável.

Nesse cenário, a transição energética justa e popular precisa ser uma prioridade. Não basta substituir fontes fósseis por fontes renováveis: é preciso garantir que esse processo inclua os trabalhadores, respeite os territórios tradicionais e distribua de forma equitativa os benefícios dessa mudança. A energia limpa não pode repetir as velhas práticas de exclusão, concentração de renda e degradação ambiental.

A CUT Bahia defende um novo modelo de desenvolvimento sustentável, com justiça climática, respeito aos territórios e investimentos em políticas públicas que preservem o meio ambiente e protejam as populações mais vulneráveis.

Neste dia, chamamos todos os sindicatos, militantes e trabalhadores a se somarem a essa luta por um planeta justo, vivo e habitável.

Meio ambiente é vida. Defender o meio ambiente é defender o futuro da classe trabalhadora.