CUT Bahia mantém greve nesta quarta, mas sem atos de rua devido ao coronavírus
A greve está mantida nesta quarta-feira (18) em diversas categorias e revogação da EC 95 é solução para controle de pandemia
Publicado: 17 Março, 2020 - 15h34 | Última modificação: 17 Março, 2020 - 15h43
Escrito por: SECOM BAHIA
A direção da CUT Bahia reafirma o seu compromisso com a classe trabalhadora no estado e garante que a greve está mantida em diversas categorias nesta quarta-feira (18). A luta é pela educação, o fortalecimento da saúde pública, contra as privatizações, pela soberania, dentre outras pautas de conhecimento público.
Devido às restrições impostas pelo estado e municípios para a realização de eventos/atos, em face da pandemia de coronavírus, a caminhada prevista para esta quarta, 18, entre o Campo Grande e a Praça Castro Alves, em Salvador, foi cancelada. Estamos certos de que essas medidas restritivas contribuem para conter o avanço do vírus em nosso estado.
Contudo, devemos lembrar que os cortes nos investimentos na saúde pública – e outros setores - impostos pela Emenda Constitucional 95/2016, ainda no Governo Temer, limitando gastos públicos pelo prazo de 20 anos, comprometem os esforços de cuidado médico e do atendimento à população, especialmente a mais carente. Muitos projetos de pesquisa foram paralisados, hospitais públicos funcionam precariamente e o SUS está sucateado por uma medida que tem como único objetivo garantir o pagamento dos juros imorais da dívida externa do país.
De lá pra cá tudo piorou e o Brasil mergulhou no caos. O Dia Nacional de Luta, 18 de março, lembra que desde que o presidente Bolsonaro assumiu a população brasileira atravessa uma profunda crise econômica, agora com o dólar em disparada, tombos históricos nas bolsas de valores, sumiço de investidores, aumento do risco país, saques e mais saques de nossas reservas externas, tudo isso em que pese a venda e desmonte de dezenas de empresas públicas estratégicas e de valor, além da transferência de riquezas naturais para estrangeiros.
“Se ele não dá importância à sua saúde, aí é que não vai se preocupar mesmo com a saúde de uma nação com mais de 200 milhões de habitantes”
As reformas trabalhista e da previdência não trouxeram os prometidos empregos, ao contrário, jogaram milhões de brasileiros na extrema pobreza e em empregos informais e precários, além de afastar o sonho da aposentadoria. Nesse ambiente de recessão, o governo não tem medidas para gerar empregos, apenas para salvar bancos e grandes empresas de uma quebradeira que se aproxima perigosamente.
A presidente da CUT/Ba, Leninha, afirma ser obrigação do governo enfrentar a crise apresentando medidas de proteção à sociedade e à classe trabalhadora, em vez de agir com irresponsabilidade como fez o presidente Bolsonaro, que não cumpriu o isolamento recomendado pelos médicos e participou de manifestações públicas que atentaram contra a democracia. “Se ele não dá importância à sua saúde, aí é que não vai se preocupar mesmo com a saúde de uma nação com mais de 200 milhões de habitantes”, afirmou a dirigente.
A saúde da população está em risco. Sem o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, o SUS, a tendência é a sociedade sofrer o caos na rede pública, quando poderia estar dispondo, neste e em outros momentos, de um atendimento eficiente e digno.
Orientamos a classe trabalhadora na Bahia a participar das mobilizações nas suas respectivas bases e garantir presença nas redes sociais, já que não haverá atos de rua por precaução e questões de saúde pública.
DIREÇÃO DA CUT/BA