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CUT Bahia debate a informalidade e a precarização do trabalho

Publicado: 10 Julho, 2025 - 21h04

Escrito por: Fernanda Matos | Editado por: CUT Bahia

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Nesta quinta-feira (10), a CUT Bahia realizou a primeira Plenária Temática preparatória para a sua Plenária Estatutária Estadual, com foco na situação dos trabalhadores e trabalhadoras na informalidade. O encontro reuniu especialistas, representantes de categorias profissionais e lideranças sindicais para debater um tema urgente e cada vez mais presente no mundo do trabalho.
Durante a manhã, a economista Ana Georgina, do DIEESE, apresentou dados atualizados sobre o cenário da informalidade na Bahia. Entre os números, um recorte preocupante: a maioria das pessoas que atuam na informalidade são mulheres. Muitas delas, por estarem fora da proteção da legislação trabalhista, não têm acesso à seguridade social, ficando vulneráveis em situações de adoecimento, licença-maternidade e outros direitos básicos.
A plenária também contou com a participação da professora Rita Fernandes (UFBA), da EPSAT, que compartilhou resultados de suas pesquisas sobre as condições de trabalho e saúde dos entregadores no Brasil. A docente destacou os riscos a que estão expostos e as consequências físicas e mentais da precarização dessa atividade.
Já o procurador do Ministério Público do Trabalho, Dr. Ilan Fonseca, trouxe um relato inusitado e revelador: como parte de sua pesquisa de doutorado, atuou como motorista de aplicativo. A experiência permitiu um olhar de dentro sobre as condições enfrentadas por esses trabalhadores. Ilan chamou atenção para o modelo de gestão das plataformas digitais, que impõe jornadas exaustivas e instabilidade financeira, além das dificuldades enfrentadas pelo sistema judiciário para responsabilizar as empresas pelos abusos cometidos.
Encerrando a rodada de falas, André Freire, representante da Associação de Motoentregadores, apresentou os desafios enfrentados pela categoria. Segundo ele, além da luta diária pela sobrevivência, há um esforço constante de organização e formação política dos entregadores, que enfrentam o abandono do Estado e a exploração por parte das empresas de delivery.
O secretário-geral da CUT Bahia, Alfredo Santos, destacou a importância da participação dos movimentos sindicais e sociais nesses espaços de debate, principalmente na construção de pautas urgentes e emergentes para o país. Ele reforçou que, ao longo de todo o mês de julho, a CUT promoverá encontros com temas de interesse da classe trabalhadora, como preparação para a Plenária Estadual.
A Plenária Temática reforça o compromisso da CUT Bahia em dar visibilidade às pautas das trabalhadoras e trabalhadores invisibilizados e em construir propostas para garantir direitos a quem movimenta a economia, mas segue à margem da proteção social.