CUT-BA realiza plenária com trabalhadores para enfrentar o ano de 2023
Passado o período eleitoral a classe trabalhadora tem o papel fundamental em defesa das históricas bandeiras de luta da CUT.
Publicado: 15 Dezembro, 2022 - 23h11
Escrito por: CUT BAHIA | Editado por: ASCOM - CUT BAHIA
A direção estadual da Central Única dos Trabalhadores da Bahia promoveu na manhã desta quinta-feira (15), no auditório do Sindicato dos Químicos da Bahia, Sindiquímica, um encontro com lideranças sindicais e representantes dos movimentos sociais e populares, para debater sobre as lutas realizadas ao longo dos últimos anos e na oportunidade fizeram uma análise sobre a atual conjuntura política e econômica e em especial sobre os desafios que podem surgir a partir de janeiro de 2023.
Foram convidados para compor a mesa de análise de conjuntura, Ana Georgina Dias, Supervisora do Dieese-BA, Jairo Batista, Secretário do Setorial Sindical-PT/BA e Coordenador do Sindipetro/BA e Jonas Paulo, Sociólogo e ex-presidente do PT-BA.
Com base em relatórios das comissões que fizeram parte da equipe de transição houve um descaso do governo de Jair Bolsonaro com a própria gestão do seu governo. A ausência de registro de informações, apagão de dados, entre outras ocorrências, vão tornar o processo de reconstrução do Brasil ainda mais lento.
Para Ana Georgina Dias, é necessário recompor o orçamento do governo em áreas estruturantes, como, educação e saúde. “A emenda constitucional 95, conhecida como ‘teto dos gastos’, comprometeu o funcionamento do serviço público em inúmeros setores e consequentemente a população ficou ainda mais prejudicada com os cortes no orçamento público”, afirma Georgina.
Para Jonas Paulo, é essencial que os movimentos sociais e populares junto com as representações sindicais se mantenham engajados nas pautas dos governos no âmbito federal e aqui no estado. Ainda na avaliação de Jonas, permanecer nas bases tem papel estratégico na garantia do diálogo com a população. “Pulamos uma fogueira nessas eleições. Ainda há 58 milhões de brasileiros que apoiaram esse atual governo, não será uma tarefa fácil conviver com essa diferença”, conclui Jonas.
O estado da Bahia foi o mais impactado com a saída da Petrobras. Um desmonte das políticas públicas de crescimento e desenvolvimento econômico em diversos setores da sociedade baiana. Podemos afirmar que a venda da refinaria Landulfo Alves certamente foi um dos maiores equívocos desse governo ao entregar a “preço de banana” uma planta industrial de grande estratégia não só para a Bahia assim como para estados vizinhos. “Devemos fortalecer as empresas públicas. Elas são necessárias para a garantia da soberania do país e por isso, o nosso estado, está sofrendo horrores com a ausência da Petrobras, onde nasceu o petróleo há 81 anos”, sinaliza Jairo Batista.
“Temos que continuar com a nossa luta em defesa dos interesses da classe trabalhadora. O próximo ano não será fácil por apenas ter Lula na presidência e Jerônimo no governo do estado, estamos diante de um governo de coalizão e nós, trabalhadoras e trabalhadores queremos ter a participação com os nossos melhores quadros do movimento sindical dentro do governo para consolidação desse resultado”, pontua Leninha, presidenta da CUT-BA.
Após dois anos de pandemia da COVID-19, o setor de serviços foi o que mais impulsionou a economia. É preciso acompanhar a evolução do mundo do trabalho diante dos desafios impostos pela pandemia, período com muitos avanços tecnológicos que contribuíram para a diminuição de postos de trabalho e por outro lado, gerou novas oportunidades, ainda que na informalidade, cabendo como desafio para a central organizar o conjunto da classe trabalhadora no aspecto das garantias dos direitos trabalhista.
Estiveram presentes no evento os representantes dos Sindicatos, dos Trabalhadores em Aplicativo, Previdenciários, Urbanitários, Vigilantes, Pedagogos de Camaçari, Petroleiros, Entidades Culturais e Recreativas, Alimentação, Bancários do Extremo Sul, Agricultura Familiar, dentre outras categorias. A companheira Edenice Santana, do Coletivo de Entidades Negras (CONEN), destacou a importância do evento e a necessidade de fazer com que a informação chegue a um número maior de pessoas devido a gravidade política na qual estamos atravessando.
Um novo encontro será realizado na primeira quinzena de janeiro/23. Até lá, já será de conhecimento público a definição daqueles que irão comandar os ministérios.