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A pandemia mostra a verdadeira cara do capitalismo da Nestlé

Nesta quarta(19), tivemos mais uma rodada de negociações com representantes da empresa e não houve qualquer avanço, muito pelo contrário, a proposta da empresa é reduzir os benefícios que foram conquistados.

Publicado: 21 Agosto, 2020 - 11h16 | Última modificação: 21 Agosto, 2020 - 12h23

Escrito por: SindiAlimentação-BA

SINDIALIMENTAÇÃOBA / DIVULGAÇÃO
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A pandemia mostra a verdadeira cara do capitalismo da Nestlé

Se alguém acha que grandes empresas como a Nestlé estão passando por alguma dificuldade neste período de pandemia do novo coronavírus, está muito enganado!

Matéria do Jornal Valor Económico, publicada há duas semanas, revela que as vendas orgânicas da Nestlé cresceram 2,8% e a margem de lucro operacional aumentou 1,40 ponto percentual e o Brasil foi um dos países com melhor desempenho, registrando avanço de um dígito alto. Ninho, NAN e Nescafé tiveram alta demanda dos consumidores.

Mas, enquanto a Nestlé consegue crescer mediante uma pandemia mundial, o que ela oferece para os trabalhadores e as trabalhadoras é inverso. A empresa desvaloriza seus profissionais, ignora o fato de que são responsáveis pelos seus excelentes números.

"Nós, que batemos nosso cartão de ponto todos os dias, nos arriscando nos transportes e no chão da fábrica em meio a uma pandemia mundial. Nós, que como já dissemos antes, somos a carne a ser cortada, quando dizem que precisam cortar na carne para ajustar suas contas. Chega a ser um insulto a forma como somos tratados!".

É assim que o Sindicato da Alimentação da Bahia (Sindialimentação-BA) reagiu por meio de nota à postura dos representantes da empresa na negocição da campanha salarial.   

Nesta quarta-feira(19), em mais uma rodada de negociações com representantes da empresa, não houve qualquer avanço, muito pelo contrário, a proposta da Nestlé é reduzir os benefícios que foram conquistados pelos trabalhadores.

A Nestlé propõe reduzir a cesta básica para R$ 350, que anteriormente era de R$ 675. O salário base que é atualmente fixado em R$ 1.490, ela quer encolher, caindo para R$ 1448,12 para auxiliar de fabricação e 1.250 para auxiliar de armazéns e embalagens dividindo os trabalhadores, o adicional noturno também sofre redução, saindo de 70%, para 50% e um reajuste salarial 1,5%

Além disso, a Nestlé diz que não irá pagar PLR, argumentando que o sindicato não submeteu a proposta apresentada em janeiro pela empresa para apreciação dos trabalhadores, e que por esse motivo não será pago o PLR em fevereiro de 2021.

O Sindialimentação-BA informa que está construindo uma frente com os companheiros e companheiras do Espírito Santo e demais parceiros, a fim de discutir a situação "a qual a Nestlé submete os que hoje transformam seu suor em lucro, arriscando suas vidas e as vidas dos seus entre pesadas jornadas de trabalho e seu enfrentamento particular ao coronavírus".

"Não concordamos com a proposta da Nestlé e vamos buscar amparo jurídico e político, não aceitamos suas explicações, pois somos mais que números, somos pessoas, com responsabilidades, famílias e temos muito ainda o que realizar e não admitiremos menos do quê o que estamos pedindo. A Nestlé quer apenas lucrar, nós queremos mais direitos e mais justiça!", conclui a nota do sindicato.