Em Salvador, CUT-BA realiza ato em defesa da Petrobras e em favor do Plebiscito Popular
Representantes de entidades de trabalhadores de diversos segmentos, entre as quais metalúrgicos, professores, limpeza urbana, construção civil, processamento de dados, entre outros, discursaram
Publicado: 09 Maio, 2014 - 11h57
Escrito por: Daniella Sinotti
Em Salvador, na manhã desta sexta-feira, 9, a CUT-BA realizou um ato público que marcou o Dia Nacional de Mobilização, em frente ao prédio da Petrobras, no Itaigara. Representantes de entidades de trabalhadores de diversos segmentos, entre as quais metalúrgicos, professores, limpeza urbana, construção civil, processamento de dados, entre outros, discursaram em favor da Petrobras, em frente aos portões de acesso à empresa. Outro ponto destacado foi a importância do Plebiscito Popular para a realização da Constituinte Exclusiva e Soberana que abra espaço para uma reforma política. O deputado federal Luiz Alberto e o deputado estadual Rosemberg Pinto, ambos do PT/BA, estiveram presentes.
A importância da Petrobras enquanto empresa que gera emprego e renda e contribui para o desenvolvimento tecnológico e industrial do Brasil foram pontos salientados pelo presidente da CUT-BA, Cedro Silva. “A mídia golpista brasileira tem instituído sistemáticos ataques à Petrobras. O intuito deles é somente destruir a empresa para poder privatiza-la e entregar o nosso patrimônio ao capital estrangeiro. Não vamos permitir isso. O que queremos é uma empresa que cada vez mais contribua para o nosso desenvolvimento econômico e social, investindo em projetos que melhorem a vida do nosso povo”, colocou.
Em defesa de um sistema político que contemple os anseios da sociedade e do plebiscito popular, o secretário de Organização e Política Sindical da CUT-BA, Josenilton Ferreira (Cebola), destacou a importância da Constituinte Exclusiva e Soberana. “Nossas leis foram criadas por parlamentares que não representavam a real diversidade da sociedade brasileira. Queremos leis que levem em conta a voz dos trabalhadores, das mulheres, dos negros e de todo o conjunto da nossa sociedade”, disse.
A necessidade de lutar contra a terceirização que precariza o trabalho, inclusive dentro da Petrobras, foi ponto central de alguns discursos, incluindo o do secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-BA, Edson Conceição, que é da base do Sindilimp-BA. “No Brasil e na Bahia, a CUT levanta a bandeira contra a terceirização que prejudica os trabalhadores porque visa apenas o lucro e o capital em detrimento da classe trabalhadora. Na Petrobras, os terceirizados ainda sofrem com o atraso de salários, as condições precárias e os abusos cometidos pelos patrões. Contamos com a solidariedade de todos para denunciar e combater isso”, enfatizou.
O momento político e as sucessivas investidas contra a Petrobras e contra os avanços sociais que o Brasil teve nos últimos anos foram citados pelo dirigente nacional da CUT e do Sindpec, Lourival Lopes. Para ele, o ato político do Dia Nacional de Mobilização chamado pela CUT cumpriu o dever de conscientizar a população no que diz respeito à necessidade de avançar nas mudanças profundas para o país, inclusive a reforma política. “Querem nos atacar para depois impor um golpe. Não vamos deixar”, colocou.
O dirigente da Federação Única dos Petroleiros e do Sindipetro-BA, Paulo César Chamadoiro, denunciou a prática de esvaziamento da Petrobras na Bahia, bem como a situação precária enfrentada pelos trabalhadores terceirizados. Ele criticou o Plano de Demissão Voluntária implantado pela empresa e que na Bahia representa 500 demissões que estão sendo efetivadas. “Vamos cobrar que essas vagas sejam mantidas. Não queremos enxugamento, temos que conscientizar os trabalhadores”, disse o dirigente. Paulo César parabenizou os trabalhadores da Record e da Rádio Sociedade da Bahia, que nesta quinta, 8, fizeram uma paralisação de suas atividades.
A professora Edenice Santana, da Oposição CUTista do APLB-Sindicato, reforçou a importância do Dia Nacional de Mobilização em defesa do Plebiscito Popular, ao tempo em que salientou a necessidade de que haja mais solidariedade entre os trabalhadores e criticou duramente o genocídio sofrido pela população negra que vive nas periferias dos grandes centros urbanos. “No dia a dia estamos convivendo com a injustiça social, com a violência que assola o povo negro e nos locais de trabalho com as mazelas da terceirização. Temos que ser solidários e compreender que o capital é sempre cruel”, refletiu.
Em defesa de uma mídia plural, que dê vez e voz aos trabalhadores e em defesa do Plebiscito, o dirigente do Sindalimentação, Derlan Queiroz, salientou a importância do uso das redes sociais da internet. “Temos que nos conectar e interagir com a sociedade, gerando um contraponto a essa mídia que insiste em nos desqualificar. É preciso reconhecer a importância da luta da CUT, a maior Central da América Latina e a quinta maior do mundo, que neste momento se coloca em favor da Petrobras, contra a corrupção e em favor de uma Constituinte Soberana e Exclusiva”, pontuou.
Com discursos em defesa da Petrobras e do projeto político que tem representado avanços para o Brasil, os deputados Luiz Alberto e Rosemberg fizeram suas falas. Luiz Alberto, que é presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras abriu a atividade criticando a prática que considera como uma velha receita neoliberal, de tentar criar um ambiente de crise na empresa para que ela seja privatizada. “A Petrobras nos últimos anos gerou mais de 40 mil empregos diretos. O Brasil conseguiu tirar mais de 40 milhões de pessoas da linha de pobreza. Criamos na Bahia sete novas universidades. Agora que o povo está se libertando da imagem da senzala, querem criar uma imagem de caos”, alertou.