Escrito por: CUT Bahia

Tarifa de ônibus mais cara em Salvador a partir de segunda (26)

Sem considerar a gravidade do atual cenário político, econômico e sanitário, a Prefeitura de Salvador aumenta tarifa para R$4,40.

Tarifa de ônibus mais cara em Salvador: R$ 4,40

A Prefeitura de Salvador anunciou para esta segunda-feira (26), aumento da tarifa de ônibus. O novo valor é de R$ 4,40 (antes R$4,20) e com isso vai prejudicar ainda mais a classe trabalhadora e aqueles que estão em busca de alguma renda para ter o que comer e pagar dívidas. A população que já sofre com a falta de emprego, terá que pagar mais caro para se deslocar na cidade.

É uma medida impopular por parte do Prefeito Bruno Reis (DEM) por não considerar a situação econômica que o país está passando e os indicadores da crise sanitária provocada pela pandemia da COVID-19. Num gesto diferente, o governador Rui Costa (PT), vai isentar por mais 3 (três) meses a tarifa de água para população de baixa renda em todo o estado.

Embora que o prefeito e sua equipe tenham anunciado em dezembro/2020 que não aplicaria aumento na tarifa de ônibus em janeiro/21, como é de costume, faltou considerar a precariedade que o serviço é prestado pelas empresas e a necessidade de renovação da frota.

Esse aumento representa um incremento de 4,76% no orçamento da população. É um absurdo que diante de tantos desafios em meio à pandemia, os interesses pelo lucro estejam sobrepondo o direito à vida. As maiores chances de contaminação pelo novo coronavírus estão no transporte público devido à superlotação. Os trabalhadores e trabalhadoras rodoviários estão desde o inicio da pandemia mantendo o serviço de transporte em pleno funcionamento, de forma ininterrupta, e com isso acumulam um número significativo de trabalhadores rodoviários vitimados pela COVID-19.

A direção da CUT-BA manifesta repúdio pelo aumento da tarifa de ônibus em Salvador e desde já solicita aos vereadores do munícipio que entrem com pedido, através da Comissão Especial de Direitos Humanos e Democracia, a suspensão dessa medida de modo que possa minimizar o sofrimento do povo soteropolitano enquanto durar a pandemia, que inclusive, estão sem o auxílio emergencial de R$ 600,00.

 

RESULTADO DA PRIVATIZAÇÃO

Há poucos meses, a Prefeitura precisou intervir, por nove meses, e consequentemente, rescindir o contrato que era administrado pela empresa Concessionaria Salvador Norte, após constar em relatório de fiscalização da Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos (ARSAL), dívidas na ordem de R$ 237 milhões, envolvendo, bancos, fornecedores e o próprio município. É a evidência de que a privatização dos serviços públicos tem seu preço e a população não pode pagar por isso.

O caso chamou atenção quando houve uma tentativa da prefeitura para que empresas do setor no país pudessem operar emergencialmente as 66 linhas (395 ônibus), tentativa fracassada. Os donos dessas empresas alegaram de que a tarifa em Salvador é a mais deficitária no país, diante da pandemia. Ou seja, a prefeitura teve que fazer a remunicipalização dessas linhas diante das empresas que só querem o lucro.