Escrito por: CUT BAHIA
O ato unificado das centrais no estado teve como uma das pautas o combate à fome. O público compareceu em grande número para assistir aos shows da Banda Olodum e da cantora Daniela Mercury
O Dia do Trabalhador e da Trabalhadora promovido pela CUT Bahia e demais centrais sindicais, CTB, Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB, começou por volta das 14h, na última segunda-feira (1º). com a participação das lideranças dos sindicatos, movimentos populares, representação estudantil, partidos políticos, dentre outras representações, que fizeram falas de protesto.
As homenagens ficaram marcadas com o gesto de solidariedade do povo baiano. Foram arrecadadas 5 toneladas de alimentos durante o evento realizado no Farol da Barra e que serão destinadas ao programa Bahia Sem Fome. Com a presença do governador, Jerônimo Rodrigues (PT), as presidentas e os presidentes das centrais sindicais entregaram em mãos esses donativos para marcar o ato.
Por mais emprego, renda, direitos e a democracia, a CUT Bahia e as demais centrais sindicais fizeram também mobilização para combater à fome que atinge 2 milhões de baianos. No país, esse número chega a 33 milhões de habitantes.
A Bahia vive um cenário de transição em termos de geração de emprego por duas situações que impactaram a distribuição de renda para a classe trabalhadora no estado. A saída do complexo Ford, da cidade de Camaçari, e a privatização da refinaria da Petrobras, Landulfo Alves, que deixaram milhares de trabalhadores sem emprego nos últimos anos. Por outro lado, no mesmo complexo da indústria automotiva, onde era a Ford, será instalada uma nova fabrica de veículos elétricos, grupo BYD que deve retomar a economia na região.
Muitas reivindicações foram promovidas pelos sindicatos no ato. A luta pelo piso da enfermagem, a PEC do Diploma (Jornalistas), contra a privatização da água, pela queda dos juros, pelo aumento do salário dos servidores do estado, dentre outras, estiveram estampadas em faixas e cartazes trazidos pelas representações dos sindicatos da CUT e das demais entidades.
Autoridades de estado registraram presença, entre elas, além do governador, o vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior, secretários e secretáriasde estado, parlamentares do legislativo estadual e municipal e representação de entidades ligadas à fiscalização das relações de trabalho.
“O governo da Bahia tem plena responsabilidade com os direitos trabalhistas”, afirmou Rodrigues, governador da Bahia.
O pico da festa ficou por conta da banda Olodum, quem está completando 44 anos de história, com muita alegria e simpatia tocou músicas que marcaram o início da carreira até chegar em composições mais recentes e ensaiadas no local com seus fãs.
A cantora Daniela Mercury e seus bailarinos cativaram o público revivendo um clima de carnaval.
Daniela destacou a defesa da democracia, por direitos, por mais emprego. Os bailarinos, numa das canções, utilizam um figurino lembrando algumas profissões num símbolo de bela homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras. Na sua despedida do local, ao cumprimentar o petroleiro Leonardo Urpia, vice-presidente da CUT Bahia, a cantora afirmou sentir-se motivada em dialogar sobre temas ligados ao mundo do trabalho dos artistas e demais profissionais da cultura.
“Muito importante essa sinalização da cantora Daniela. O mundo do trabalho não se resume em indústria e comércio, dentre outros setores. O entretenimento movimenta e muito a economia local e não podemos esquecer que nos últimos anos, tentaram acabar com o Ministério da Cultura”, sinaliza Urpia, vice-presidente da CUT-Bahia.
Foram dias de preparação desse grande encontro que movimentou muitas categorias e teve repercussão pelo número de pessoas e estrutura montada.
“Cumprimos com a primeira agenda do maio de lutas e agora vamos focar nas cidades no interior do estado onde estão programados atos pela passagem do primeiro de maio. A classe trabalhadora está de parabéns pela participação no dia de hoje”, pontua Leninha, presidenta da CUT Bahia.