Escrito por: Micon Borges
A transição Energética é necessária e precisa ser JUSTA
A transição energética é crucial para a existência do ser humano na Terra, devido ao impacto significativo das fontes de energia tradicionais (baseadas em combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural) sobre o meio ambiente, e para a sustentabilidade do planeta. É vital para assegurar um futuro sustentável, proteger o meio ambiente, melhorar a saúde pública e garantir o bem-estar das gerações futuras. Ao reduzir a dependência de combustíveis fósseis, ela combate as mudanças climáticas, preserva os recursos naturais e promove uma economia mais justa e equilibrada.
É muito importante entender a necessidade da Transição Energética para que possamos compreender o porquê ela, “obrigatoriamente”, precisa ser JUSTA. Devido à necessidade, mais do que urgente, de descarbonização do planeta é de extrema importância acompanhar o processo produtivo de energias e dos investimentos em suas linhas de transmissões. LEMBRANDO, para que ocorra JUSTIÇA nesse processo é preciso que:
A sociedade tenha acesso ao desenvolvimento gerado, sendo a principal beneficiária das políticas públicas.
A classe trabalhadora não seja explorada e massacrada, como historicamente aconteceu em todo processo de evolução tecnológica.
O Nordeste tem um papel importantíssimo em todo esse processo, já que é o segundo maior produtor de Energias em geral e o maior produtor de Energia Solar do Brasil.
“A região é responsável por mais de 90% de toda produção Eólica.”
O que vem me preocupando é: para onde irá, ou está indo, a nossa energia?
Um dado alarmante que precisa ser acompanhado é a quantidade de energia que o Nordeste exporta. Cerda de 50% de toda a nossa energia está sendo utilizada em outras regiões, já que não conseguimos consumi-la internamente. O Sudeste é responsável por consumir mais de 80% desta energia exportada. Ainda, segundo a própria ONS, a quantidade máxima de energia que a região pode exportar deve aumentar em cerca de 20%, chegando a 13.000 MW.
A ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico - vem sendo pressionada pelas empresas do setor que alegam a necessidade de aumentar os níveis de exportação para garantir a viabilidade de seus negócios e a CUT tem a responsabilidade de pressionar e provocar o debate sobre a necessidade do desenvolvimento industrial regional, junto com a valorização da classe trabalhadora e da sociedade, para garantir o consumo regional seguro dessas energias.
O NOVO PAC – Programa do Governo Federal - é o responsável por todo o investimento em Linhas de Transmissões, que significa mais de 26.000 KM de novas linhas. O Nordeste está recebendo mais da metade desses investimentos, sendo que mais de 40% de todas as novas linhas que estão sendo construídas, serão direcionadas para outras regiões. Ou seja, irá aumentar nossa capacidade de produzir energia para outras
regiões.
Eu reafirmo, “não existe transição energética justa sem desenvolvimento industrial regional, sem valorização da classe trabalhadora e sem que a própria sociedade seja consumidora do que produz.”
Maicon Borges
Dirigente do Sindiquimicaba e da CNQ – CUT
Coordenado do Macrossetor da Indústria – CUT Bahia
Pós-Graduado em Energias Renováveis