Para o governo do estado, os baianos escolheram outro petista com compromisso com a classe trabalhadora, Jerônimo Rodrigues, que vai governar ao lado de Lula
O número de eleitores e eleitoras da Bahia que foi às urnas no segundo turno da eleição, no domingo (30), foi maior do que o registrado no primeiro turno. Quarto maior colégio eleitoral do Brasil - atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro -, o estado somou cerca de 7,2% dos mais de 156,4 milhões de brasileiros aptos a votar este ano e a imensa maioria votou em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidente da República.
O petista conquistou 6.097.818 (72,12%) dos votos válidos na Bahia, contra 2.357.028 (27,88%) do perdedor, Jair Bolsonaro (PL).
Para o governo do estado, os baianos escolheram Jerônimo Rodrigues (PT), que teve 4.480.464 (52,79%) dos votos válidos. Seu opositor, ACM Neto, teve 4.007.023 (47,21%) dos votos válidos.
Para os dirigentes da CUT-BA a vitória dupla no estado é uma vitória da classe trabalhadora. ”Os trabalhadores e trabalhadoras entenderam o recado dos dirigentes sindicais das entidades filiadas à CUT-BA sobre a importância em eleger representantes tanto para a presidência da República quanto para governar o estado que, de fato, tivesse as condições necessárias para trazer esperança ao seu povo e compromisso com os interesses da classe traballahdora”.
Ambos os adversários, ACM Neto no estado e Jair Bolsonaro, no país, apresentavam programas de governo bem diferentes e distantes da plataforma de luta da Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras.
A data magna para o povo baiano é o 2 de julho, Dia da Independência. E como o próprio trecho do hino alusivo a essa data diz, “com tiranos não combinam brasileiros corações”. Foi com essa força que parte dos 60.345.999 milhões de votos obtidos por Lula saíram da Bahia, o segundo estado onde o presidente eleito teve melhor resultado no país, atrás apenas do estado do Piauí, onde 76,86% dos eleitores preferiram Lula.
Dos 417 municípios no estado, Lula obteve vitória em 415. Perdeu apenas em Luís Eduardo Magalhães e Buerarema.
Já Jerônimo Rodrigues venceu em 364 cidades. As cidades que obteve menor votação foram Salvador (40,95%), Feira de Santana (41,05%) e Vitória da Conquista (35,49%).
“Serão muitos os desafios para o conjunto da classe trabalhadora no estado. A retomada da produção industrial, impactada pela saída da Petrobrás, é um dos centros das discussões sobre economia e distribuição de renda”, ressaltam os dirigentes da CUT-BA.
“Parte dos 33 milhões de brasileiros que estão em situação de fome”, dizem, “são baianos”, e complementam: “Considerando a Bahia um estado com dimensões continentais, o futuro governador eleito deverá priorizar em especial a população que vive da agricultura familiar. Os grandes centros urbanos, além da fome, têm o cenário de pessoas que começaram morar nas ruas”.
Os dirigentes da CUT lembram ainda que o estaleiro em São Roque do Paraguaçu, Maragogipe-BA, estava em plena produção de plataformas de petróleo nos governos do PT, mas os governos posteriores sucatearam e destruíram o lugar que poderia em pouco tempo ser o maior polo produtor de plataforma de Petróleo no Brasil. O estaleiro, hoje desativado, localizado na Baía de Todos os Santos, certamente seria parte das comemorações no dia de hoje em que se celebra 512 anos de batismo da baía.
No governo do estado, Jerônimo Rodrigues já tem trânsito em outras pastas: foi Secretário de Educação com importantes avanços, esteve na Secretaria de Desenvolvimento Rural, dentre outros cargos, Jerônimo tem uma história pautada na educação. Em apenas 02 anos que esteve à frente da Secretaria de Educação, conseguiu avançar para além dos desafios impostos pela pandemia. Agora, é olhar para frente e seguir a trajetória dos importantes avanços que o atual governador Rui Costa tem priorizado: Saúde, educação e segurança pública.
Os movimentos sociais e populares foram essenciais na construção e garantia da eleição de Jerônimo. Não faltarão demandas no próximo ciclo de governo.
“Para nós da classe trabalhadora, é uma sensação de dever cumprido nessa primeira etapa. Precisamos agora garantir a posse do presidente Lula e na Bahia, a direção da CUT-BA continuará pautando as demandas vindas dos trabalhadores e das trabalhadoras. Vamos buscar e apresentar projetos que tenham como base garantia de emprego e distribuição de renda,” sinaliza Leninha, Presidenta da CUT-BA.
Na avaliação da dirigente, a garantia de acesso ao transporte coletivo intermunicipal e metropolitano contribuiu para diminuir a abstenção nas urnas. A CUT-BA, antes do segundo turno, fez uma solicitação ao governo do estado para que a classe trabalhadora com residência fora do seu domicilio eleitoral não fosse prejudicada e dessa forma a gratuidade do transporte era a solução. Prontamente a solicitação da CUT-BA e das demais autoridades do legislativo foi atendida e saiu vitoriosa a classe trabalhadora que pode votar a favor da democracia.
