Escrito por: CUT BAHIA

Encontro de rurais baianos discute estratégias para fortalecimento da categoria

A CUT Bahia promoveu entre os dias 4 e 5 de maio encontro de trabalhadores rurais com foco no diálogo entre os sindicatos no estado e a construção de ações para superação dos desafios da categoria

Edmilson Barbosa
Trabalhadoras e trabalhadores rurais apresentam propostas para fortalecimento da categoria

Foi realizado no Centro de Treinamento de Líderes, em Itapuã, Salvador/Bahia, o Encontro dos Rurais CUTistas. Participaram dirigentes dos sindicatos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais dos diversos territórios do estado.

O evento promovido pela CUT Bahia em parceria com a Escola Nordeste Marise Paiva permitiu que a classe trabalhadora do campo tivesse acesso às pautas que dialogam com as bandeiras de luta da categoria e como preparação para o congresso estadual da central que vai acontecer em agosto/23.

Na abertura do encontro estiveram presente as representações, da Secretaria Estadual de Politicas para as Mulheres (SPM), Incra, Fetraf/BA, CONTAG e IPAC, que saudaram os presentes com um convite ao processo de fortalecimento e mobilização da categoria para avançar em temas que ficaram congelados desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.

A trabalhadora rural, Elisângela Araújo, hoje está como Secretaria de Políticas para as Mulheres no estado. O número de mulheres no campo é significativo e para isso cabe ao estado acompanhar essas demandas.

Rosane Bertotti, trabalhadora rural e Secretaria Nacional de Formação da CUT, destaca a necessidade de organização dos trabalhadores e trabalhadoras do campo em poder fazer escoar a produção em outras categorias. Ela lembra que os trabalhadores compram seu alimento no mercado e argumenta a possibilidade de que ele também possa comprar direto da agricultura familiar. Para isso, é preciso fomentar políticas públicas que garantam esse fluxo.

Grupos de trabalho foram formados para compreender melhor a dinâmica a partir do olhar de cada dirigente sindical e o resultado desse trabalho, apresentado em plenário, permitiu uma análise mais detalhada sobre o tamanho das ações que serão necessárias desenvolver para se chegar ao objetivo de maior organização. Entre os pontos levantados está a estruturação do próprio agricultor a partir de investimentos maiores por parte do estado. A juventude tem sido cada vez menor nesses espaços e se não for tratado com prioridade, a tendência é diminuir o número de trabalhadores no campo, uma vez que a faixa etária beira em sua maioria a fase de aposentadoria.

O Secretário Nacional de Finanças da CUT, Ariovaldo Camargo, falou da importância da sustentação do movimento sindical. Para ele, é preciso olhar para frente e superar as diferenças entre sindicatos, federações, entre outras questões, e buscar o caminho da unidade. A luta sindical requer financiamento para barrar o avanço das pautas neoliberais que distancia o trabalhador do campo frente às possibilidades de uma transição justa e inclusiva dessa cadeia produtiva.

No Brasil, são mais de 10 milhões de trabalhadores rurais na base, afirma Josana Lima, CONTRAF. Esse número representa uma série de tantas outras demandas reprimidas que vão precisar de um impulso maior para que mais avanços e valorização cheguem ao trabalhador do campo.

Edmilson BarbosaAs ocupações realizadas por movimentos do campo são indicadores de que é preciso fazer a reforma agrária. O país tem potencial produtivo, no entanto a concentração de riquezas nas mãos de poucos dificulta diminuir o número de pessoas em situação de fome que ultrapassa os 33 milhões e na Bahia esse número é de dois milhões.


O Coordenador da Escola Nordeste Marize Paiva, Messias do Vale, falou da capacidade técnica que os trabalhadores e trabalhadoras rurais tem para oferecer enquanto conhecimento das melhores prática no campo. "É preciso ter um olhar mais qualificado por parte dos governos para essa categoria. As condições de assessoria ao estado são possíveis, mas deve haver uma vontade política para garantir esse potencial", conclui Messias.

Edmilson BarbosaNa mesa sobre previdência social, lembramos que a constituição de 1988 estabelece que é necessário tratar o trabalhador rural como categoria especial. No governo Bolsonaro, as mudanças para que o homem e mulher do campo pudesse alcançar a aposentadoria se tornaram ainda mais difícil devido à equiparação da idade para ambos. Outro aspecto relevante é a geografia do local de trabalho que pode não garantir uma regularidade produtiva, por exemplo, em período de não produção por diversos fatores e ainda assim o trabalhador rural vai precisar daquele período para acumular tempo de serviço ao se aposentar.


A presidenta da CUT Bahia, Leninha, também trabalhadora do campo, falou da necessidade em promover mais vezes esse tipo de encontro.

Sabemos dificuldades no dia a dia para cada trabalhador e cada trabalhadora e um encontro desse mostra um aumento dos desafios e nós da direção da CUT temos a tarefa em juntar as proposições e levar ao congresso da central no estado e nacional- Leninha, presidenta da CUT Bahia

Sindicatos nas cidades de Serrinha, São Desidério, Ipirá, Amguera, Nordestina, Presidente Tancredo Neves, Conceição do Coité, São Domingo, Santa Luz, dentre muitos outros, estiveram presente no encontro.

 

 Saiba mais como foi o encontro em: @cutbahia (Instagram) e Facebook