Escrito por: Fernanda Matos
Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, uma data que nos convida a refletir sobre um dos maiores desafios para a construção de uma sociedade justa
Hoje, 28 de janeiro, é o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, uma data que nos convida a refletir sobre um dos maiores desafios para a construção de uma sociedade justa: a erradicação do trabalho análogo à escravidão. Apesar dos avanços, essa prática ainda persiste em diversos setores econômicos, atingindo principalmente os mais vulneráveis.
Segundo dados recentes, milhares de trabalhadores ainda vivem em condições degradantes, sem direitos básicos e submetidos a jornadas exaustivas. Essa realidade exige a ampliação de políticas públicas eficazes, além de uma fiscalização rigorosa e da mobilização da sociedade para combater a exploração laboral.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT Bahia) reforça seu compromisso na luta contra o trabalho escravo, denunciando práticas abusivas e apoiando a organização dos trabalhadores para que seus direitos sejam respeitados. Esta é também uma oportunidade de fortalecer a solidariedade e a união entre os movimentos sociais, que desempenham um papel essencial no enfrentamento das desigualdades estruturais que alimentam o trabalho indigno.
REFLEXÃO SOBRE OS CASOS EM CAMAÇARI
Em dezembro de 2024, uma força-tarefa composta por órgãos federais brasileiros identificou 163 trabalhadores chineses em condições análogas à escravidão nas obras da fábrica da BYD em Camaçari. Esses trabalhadores, empregados pela empreiteira Jinjiang Group, enfrentavam jornadas exaustivas, alojamentos superlotados e insalubres, além de restrições à liberdade, como a retenção de passaportes. A BYD encerrou imediatamente o contrato com a Jinjiang e transferiu os trabalhadores para hotéis locais, afirmando seu compromisso com a legislação brasileira e a dignidade humana.
Esses episódios são um alerta para a necessidade de intensificar a fiscalização nas relações trabalhistas, principalmente em empresas de grande porte que, ao atrair investimentos, têm a responsabilidade de respeitar as leis e os direitos dos trabalhadores.
É inaceitável que, em pleno século XXI, trabalhadores sejam submetidos a condições degradantes. A luta contra o trabalho escravo passa também por dar visibilidade a esses casos, responsabilizar os culpados e garantir que a exploração laboral seja extinta de forma definitiva.
A erradicação do trabalho escravo exige ações concretas e integradas:
* Educação e conscientização sobre os direitos trabalhistas;
* Investimento em políticas de inclusão social e geração de emprego digno;
* Fortalecimento da fiscalização por parte dos órgãos competentes;
* Punição severa aos responsáveis por práticas de exploração laboral.
Neste dia, conclamamos todos os trabalhadores, sindicatos e movimentos sociais a intensificarem a luta por condições dignas de trabalho e pela garantia de direitos. É nosso dever coletivo combater a exploração e construir um Brasil onde todos possam trabalhar com dignidade e respeito.
A luta contra o trabalho escravo é também a luta pela democracia e pela justiça social. CUT Bahia está na linha de frente pelos direitos dos trabalhadores!