Escrito por: SECRETARIA DE COMBATE AO RACISMO

CUT Bahia toma as ruas em ato no Dia da Consciência Negra e pelo “Fora Bolsonaro!"

As ruas da capital baiana foram ocupadas no último dia 20 de novembro, data em que se celebra o Dia da Consciência Negra, contra o governo racista de Jair Bolsonaro.

Mário Mendes (2021)
42° Marcha Zumbi e Dandara dos Palmares

O Dia da Consciência Negra, celebrado no último sábado (20), foi marcado por mobilizações antirracistas em todo Brasil. Em Salvador, a CUT Bahia, em conjunto com entidades do movimento negro, centrais sindicais e partidos políticos, tomaram as ruas da capital baiana em protesto contra o governo racista de Jair Bolsonaro e em defesa da igualdade racial, dos direitos sociais, da democracia e do emprego.

A mobilização, que esse ano contou com a coordenação da Secretaria de Combate ao Racismo da CUT Bahia, ocorreu junto com a 42° Marcha Zumbi e Dandara dos Palmares, organizada pela Frente Coalizão Marcha da Consciência Negra Zumbi-Dandara, criada pela Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen).

A marcha acontece todos os anos desde 1980, em homenagem à resistência e luta dos negros e negras do Quilombo dos Palmares, cujos líderes, Zumbi e Dandara, deram suas vidas pela liberdade do povo negro e pelo fim da escravidão, se transformando em símbolos de luta e resistência do movimento negro.

 

 

Mário Mendes (2021)

Nos últimos anos, as principais reivindicações da marcha foram a luta por justiça social e melhores condições de vida para população. Esse ano, em um ato de convergência, devido aos retrocessos impulsionados pelo governo Bolsonaro à classe trabalhadora, que atinge principalmente os(as) trabalhadores(as) negros(as), as
pautas da classe trabalhadora e dos movimentos negros foram unificadas, levando às ruas de Salvador e de diversas cidades pelo Brasil afora um único grito: #ForaBolsonaroRacista

 

Mário Mendes (2021)Gilene Pinheiro, Secretária de Combate ao Racismo da CUT Bahia

 

Para a Secretária de Combate ao Racismo da CUT Bahia, Gilene Pinheiro, “é preciso superar o racismo para que possamos efetivar verdadeiramente a democracia no Brasil e construir uma sociedade justa, e isso passa pela garantia do trabalho decente para a população negra, que hoje é maioria entre os desempregados no nosso país.
Por isso, é preciso ocupar as ruas pelo fim desse governo racista que não tem compromisso com os trabalhadores”.

 

Cleber Sandes (2021)Caption42° Marcha Zumbi e Dandara dos Palmares

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego durante a pandemia da Covid-19, conduzida desastrosamente pelo governo federal, atingiu mais jovens, negros e a região nordeste do país. A taxa de desocupação entre a população negra foi de 58% a mais do que a de brancos, evidenciando que a fome e o desemprego tem idade, endereço e cor no Brasil.

Mário Mendes (2021)Leninha - Presidente da CUT-BA

 

Para Leninha, presidente da CUT Bahia, “não necessitaríamos ter esse dia de consciência negra se os governos de fato assumissem a responsabilidade e
compromisso com toda população contra o racismo”. “Todos os cidadãos brasileiros devem ter direitos iguais, por isso reafirmamos o compromisso da nossa Central com as causas do movimento negro, assim como manteremos a nossa luta firme na defesa das políticas de igualdade racial”, concluiu.

 

Cleber Sandes (2021)Banda Swing do Pelô

 

Para além das palavras de ordem em defesa da classe trabalhadora e das pautas de igualdade racial, o ato também serviu para o enaltecimento da cultura negra, que mostrou toda sua imponência com a participação do Grupo Cultural Swing do Pelô, com o mestre Ivan Santana.

 

Mário Mendes (2021)Dão Black

 

Já a finalização da marcha, na praça Castro Alves, foi marcada pela apresentação cultural Dão Black e o Bonde das Pretas, que deu um show musical e de
empoderamento negro.

 

Cleber Sandes (2021)

Gilberto Leal, Coordenador do CONEN, vestindo a camisa em homenagem a Luiz Carlos França

 

Esse ano, além de Zumbi e Dandara, a marcha homenageou também o companheiro Luiz Carlos França, ativista sindical que faleceu em agosto de 2020, se juntando às
mais de 600 mil vítimas da Covid-19. Luiz era diretor sindical do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Empresas e Órgãos Públicos de Processamento
de Dados, Serviços de Informática, Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado da Bahia (Sindados-BA).

Aos nossos companheiros mortos, nenhum minuto de silêncio, mas toda uma vida de luta. Luiz, presente! Zumbi, presente! Dandara, presente! Marielle, presente!

Escrito por: Felipe Moraes