Escrito por: Fernanda Matos

CUT Bahia critica reajuste da tarifa de ônibus em Salvador

e propõe alternativas para proteger a população

A presidente da CUT Bahia, Leninha Valente, fez duras críticas à Prefeitura de Salvador após o anúncio do reajuste da tarifa de transporte público para R$ 5,60. O aumento, divulgado nesta quinta-feira (2), representa um acréscimo de 7,69% no valor da passagem. Com isso, Salvador passa a ter a 5ª tarifa mais cara entre as capitais brasileiras, ficando atrás apenas de Florianópolis (SC), Porto Velho (RO), Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG).
Leninha destacou que o reajuste veio como um verdadeiro "presente de grego" para a população logo após a reeleição do prefeito Bruno Reis. “Enquanto os moradores enfrentam um verdadeiro caos na mobilidade urbana, com a retirada de mais de 130 linhas de ônibus, ainda terão que arcar com um dos maiores custos de transporte público do país”, afirmou.
Além de criticar o aumento, a CUT Bahia apresentou propostas para aliviar o impacto do transporte público sobre os grupos mais vulneráveis da população. Entre as medidas defendidas estão: Isenção de tarifa para desempregados e estudantes, garantindo acesso à mobilidade e à educação sem comprometer a busca por emprego ou a permanência nas escolas e universidades; E o Direito à meia-tarifa para pessoas que ganham até um salário mínimo, reconhecendo as dificuldades financeiras enfrentadas por quem vive com uma renda limitada.
“Essas medidas seriam um passo importante para assegurar justiça social e diminuir as desigualdades no acesso ao transporte público. O aumento abusivo só aprofunda os problemas e penaliza ainda mais quem já enfrenta dificuldades”, enfatizou Leninha.
O aumento é o segundo maior registrado nos últimos oito anos na capital baiana, aprofundando a disparidade entre o custo do transporte e o poder de compra da população. Salvador ocupa apenas a 17ª posição entre as capitais no ranking de poder aquisitivo, evidenciando o peso desproporcional que a nova tarifa representa para os trabalhadores e estudantes.
A CUT Bahia reforça a necessidade de um diálogo entre a sociedade civil, os sindicatos e a gestão pública para implementar políticas que garantam transporte público acessível e de qualidade. "O transporte não pode ser tratado como mercadoria, mas como um direito essencial para a cidadania", concluiu Leninha.